Comecei este blog com o objectivo de me reinventar. Desde pequena que sempre senti uma grande necessidade de escrever; sobre tudo, sobre nada, mesmo que fossem pequenos pensamentos aleatórios, palavras que surgem na mente de vez em quando e que desaparecem no instante a seguir, sentia necessidade de aponta-los sempre, acreditando que poderiam ter algum potencial. Deixei de fazer isso há algum tempo, e devo admitir que me faz muita falta. Deixei de o fazer porque à medida que fui crescendo fui ficando cada vez mais perfeccionista (um eufemismo para não dizer que sou tremendamente obsessiva), até chegar ao ponto de ter medo de começar as coisas com o risco de falhar. Por isso aqui não pretendo escrever obras de arte (por não ter capacidade nem vontade para isso), pretendo apenas partilhar alguns pensamentos, reflexões aleatórias, alguns traços daqueles pensamentos escorregadios que me invadem de vez em quando a cabeça. Vou falar sobre livros (sou uma leitora voraz), filmes, pintura, sobre a mulher, ou se calhar acabe por não escrever sobre nada disso mas pelo menos fica a tentativa. Estou tão só à procura de uma maneira de processar aquilo que se passa dentro de mim, e a dor que me invade de vez em quando. Muitos artistas dizem à sua maneira que a arte é a dor transformada em luz, suponho que é um pouco isso mesmo que pretendo fazer.

Nas palavras de Georges Braque: " A arte é uma ferida feita luz", ou mesmo o inigualável Fernando Pessoa: " A literatura, como a arte em geral, é a demonstração que a vida não basta"